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WOMANISM

Foto do escritor: Milena HeineMilena Heine

um poema de Milena Heine


Escrito inspirado no texto “Rasgos distintivos do pensamiento feminista negro” escrito por Patrícia Hill Collins:  




  

O womanism é recente..  

até 25 anos não existia a tradição  

se faz costurando retalhos..  

Ao feminismo branco se opôs, desde então..  

  

Se o feminismo branco, até o momento,  

não acolhia mulheres negras – era classista e racista..  O termo womanism, segundo Alice Walker  

Possibilitou ações contra à ideologia separatista.  

  

Há, também, o entendimento do homem como integrante da luta  feminista negra..  

E a interseccionalidade vem a constituir esse movimento  

Raça, classe, gênero, sexualidade, nação são elementos  interseccionais  

Indispensáveis nesse momento..  

 

Diante das experiências vividas  

Há uma necessidade de luta..  

Como diz Patrícia Williams quando busca palavras para lhe definir  Vê o quanto a língua inglesa não lhe escuta..  

  

Sente que está ficando sem palavras  

Procura, mas nenhuma é suficiente para lhe descrever  E se encontra algum símbolo seu..  

Percebe que a elite subtraiu a seu próprio querer    

As mulheres negras enfrentam esse problema  

Na busca pela autodefinição e conhecimento autogerado..  Novos obstáculos se apresentam a cada dia..  

Até mesmo o afrocentrismo e a solidariedade racial foram termos  difamados..  

  

Assim ocorreu com o termo ‘feminista’  

E, também, ao termo ‘negro’ incluíram significados pejorativos  Para enfraquecer e desacreditar os movimentos..  

Na tentativa de objetificar e tornar as lutas em diminutivo.. 

Por isso, ao invés de procurar desenvolver nomes e definições..  

Prefiro pensar as razões pelas quais o feminismo negro passou a  existir e seguir adiante..  

As características que o caracterizam fornecem o ponto em  comum da luta das mulheres afro americanas e aquelas que  possuem um propósito semelhante..  

  

E, por que um pensamento feminista negro americano?  

Porque as mulheres americanas formam um grupo  especificamente oprimido..  

Elas vivem numa relação dialética entre opressão e ativismo..  E a resistência a essa opressão nasce no feminismo..    

Ora.. Se as opressões interseccionais não existissem, todo esse  entendimento seria desnecessário..  

Por isso empoderar a mulher afro americana em um contexto de  injustiça social  

Mesmo sabendo que não poderão todas ser empoderadas por  inteiro..  

(A menos que todas as opressões fossem removidas), torna-se  fundamental..  

 

A sociedade americana tem sua peculiaridade: uma contradição  entre as ideias democráticas de liberdade, igualdade perante a lei  e justiça social que se diz buscar..  

e do outro lado a realidade do tratamento diferenciado que se dá  a grupos de raça, classe, gênero, sexualidade, etnia..  

É um problema que custa a transformar!  

  

A raça, portanto, não é o único indicador de diferença de grupo ou  uma gradação..  

Classe, gênero, sexualidade, religião e status de cidadania  também são indicadores da segregação..  

A sociedade americana se mantém numa segregação enraizada e  constante..  

O acesso dos negros à moradia, à educação não é algo que exista à  distância..  

Nas situações cotidianas, no trabalho, nas lojas nas casas uma  situação desumana é denunciada a todo instante..  

 

Sim, essa é uma característica fundamental que não podemos  negar..  

Quando tentam dizer que não é assim  

É porque tentam pela retórica  

A segregação perdurar..  

  

E mesmo que perdure a insistência em silenciar as mulheres  negras e deixá-las invisíveis..  

As experiências que vivem as tocam, intimamente, de maneiras  imprevisíveis..  

  

É essa conexão entre o sentir e o viver  

Que promove nessas mulheres uma experiência individual..  

É o que faz que cada experiência leve a uma luta e a um sentimento  especial..  

  

E embora haja um entendimento individual, ou seja, o olhar de  uma mulher negra frente a uma vivência em específico,  

Também entendo que há um compartilhamento de luta que vem a  ser coletivo.. 

Na compreensão do que é de todos há como gerar a identificação..  

E os grupos que se sentem subordinados têm a chance de refletir  fora e independente da opressão..  

 Assim dá pra entender como se constrói o ativismo..  

Haveria de reconhecer uma falha de consciência ao contrário de  uma subserviência?  

Ir de encontro a uma consciência coletiva  

Não garante que todas as mulheres ingressem no ativismo e  compreendam na sociedade seu lugar..  

Mas o entendimento de que há desafios semelhantes  

Altera, fortemente, a própria experiência singular! 

  

Sendo assim, entenda..  

Diversas respostas individuais podem-se considerar:  

Para um mesmo ponto de vista grupal da luta feminista alcançar..    

O que eu quero dizer  

É que há um sentimento em comum compartilhado...  

Nas lojas, estabelecimentos, no mercado.. 

A vulnerabilidade nos estabelecimentos e nos locais de trabalho..    

Na rua e nas representações midiáticas..  

Como temas centrais recorrentes  

Que promoveram o legado do feminismo negro crescente..    

Resistente à opressão branca e privilegiada..  

E, do outro lado, o negro, explorado e oprimido..  

Atente-se para o que fala Maria Stewart a respeito das imagens  definidas:  

  

Segundo ela, as imagens degradantes deveriam ser substituídas  por auto imagens:  

Porque há várias formas de racismo, é bem verdade..    

O racismo se nutre de muitos mecanismos  

Quando o foco é a sexualidade, por exemplo..  

Somam-se às mulheres negras a homofobia e o heterossexismo   

É por isso que não se pode dizer que um ponto de vista  homogêneo e essencial na luta feminista negra se identifica..  

Que existe uma mulher negra cuja experiência seja dita 'normal'  ou arquetípica..  

  

E aqui sempre farei uma crítica  

A essa busca pela essencialidade  

Do que vive uma mulher negra  

Isso nada mais é que uma tentativa de a enquadrar à margem da  sociedade!  

  

Suprimindo suas diferenças  

E retirando-lhes sua potência..!  

  

De outro modo, pensemos:  

há um entendimento grupal, coletivo, inclusive, transnacional..  Para o qual podemos na heterogeneidade  

Incluir necessária diversidade.. 

Sim. As mulheres negras enfrentam problemas sociais  recorrentes:  

Pobreza, falta de acesso à educação, trabalho sexual,  vulnerabilidade, falta de acesso à saúde..  

O ponto de vista autodefinido possibilitará conexão, identificação  e um comportamento resistente..  

  

Nessas vivências se constrói a identidade da mulher negra  americana..  

É nessa relação dialógica do individual com o coletivo, do sofrer a  opressão e resistir lutando, da busca pela solidariedade humana  e pela justiça social, almejando uma constante mudança  

Que as diferentes ações e transformações carregam e recarregam  as experiências: Prática, Pensamento, Vivência, Resistência.  

  





Conheça a autora:


Milena Heine  - Associada EBDM e Aluna da Professora Dra. Janja Araújo na Disciplina: Gênero e  relação raciais - UFBA.2023.








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